quinta-feira, 12 de maio de 2016

a concentração no sentir











(...) estava de pé , docemente agressiva , no ponto de ônibus, sozinha no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. a vida era fascinante, era outra, descoberta com sobressalto, perplexa.  num equilibro frágil sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dela . e se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? tentou por instantes mas logo sufocava. o jeito era mesmo esperar, esperar. talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto  sua sede era de anos....


(clarice l. por mim)







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