terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Soltam-se as amarras e os nós






Queria que percebesse que há entre nós um laço, mais do que um laço, um nó górdio, um amor complexo e irremediável, cheio de voltas e contravoltas, que ninguém poderá cortar com a sua espada, mesmo que especialmente (des)embainhada para o efeito.  Sei que hoje nada sentes, ocupado que estas com a aritmética inexata da sobrevivência, provavelmente estas palavras pouco te dizem,  tudo pode te parecer um pesadelo e  não acredita em mim no fim [como o fio de Ariadne] a te puxar deste labirinto.    Mas um dia olharemos para trás e leremos os dois este texto premonitório, palavra por palavra, promessa por promessa, juro!  e então será você  a embalar-me ,   afugentando os meus fantasmas com a mão como se fossem apenas insetos incômodos e não esta bola de fogo que me queima e me faz acordar no meio da noite, rolando pela cama o medo de te perder para sempre na fumaça dos terrores que inventas para ti mesmo.






Nenhum comentário: