A noite ronrona baixinho e compõe uma geometria perfeita de enganos, oferecendo-me mãos cheias de possibilidades enquanto eu faço que acredito e me rebolo nas tessituras mornas dos lençóis, entornada de escuridão, arquejando pelo início do dia em explosões verossímeis de luz. Tu escondes o desvario nas palavras que não escreverá e encaixa num recanto de si a frase normal, como se esta lhe fizesse cócegas para sempre. Te desejo compungido, ao menos incomodado. Quero que me olhes com a expressão aflita que fazem os que dão de caras com a sua maior perda mas tentam disfarçar. Em ultimo caso, não tente questionar. Toda minha coragem está em te deixar partir.
3 comentários:
uAU! MUITO BOM!
sante parole Brava Margot.
O escritor precisar se desnudar para não inibir as palavras. É preciso coragem! :)
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