terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tem algo de amargo na doçura que fica do que se foi



para Jana

(...) ah vida surpreendente! com um sorriso triste suspirou sabendo que para ela era sempre a mesma coisa. quem chegava com o muito prazer, nas entrelinhas já se despedia. a vontade era nem dar-se ao luxo de deixar-se gostar. quanto mais gostar, mais dor ao despedir-se. sempre que alguém chegava com ares de eternidade, mais rápido seria em sumir sem deixar qualquer rastro a que ela se agarrasse, qualquer retorno que esperasse. era um vem e vai, sempre nesta ordem. e uma vez só.   não havia retornos, nem surpresas, nem gritinhos de alegria por ser surpreendida com uma brincadeira de esconde-esconde. quando menos esperasse - e conseguia surpreender-se a cada vez - alguém já se tinha ido. e ela entrava correndo, na esperança ridícula de ter sido brincadeira - e sabia que mais uma vez havia acontecido. quem sabe uma chave torta, uma senha ilegível, sons soltos de risadas distantes ajudam a decifrar um coração aos cacos??



Tudo em ti era uma ausência que se demorava: 
Uma despedida pronta a cumprir-se.

Cecília Meireles



alua girou

7 comentários:

Alfa & Ômega disse...

Ir ... e vir, como a vida, como o relógio, sem trombetas, alaridos! Linda Margoh! Abraço apertadinho! Saudades!

José Carlos Sant Anna disse...

[Cobertas desvelam/ descobertas velam
até o encontro das ogivas...]

beijos Margoh!


UIFPW08 disse...

linda
Besos
Morris

chica disse...

Vim agradecer pelos carinhos e companhia e dizer Até a volta.

Estarei ausente por tempo indeterminado.,

Espero voltar com boas notícias! bjs,chica

Pedro Coimbra disse...

Boa semana, Margoh

Ives disse...

Olá! A saudade é quem compõem as melhores poesias! abração

Luis Eme disse...

Adeus não é uma palavra bonita.