sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

não caibo em mim, às vezes.





no salão de festas, até que o relógio  soasse, gritos e risadas e esconjuros agudos revoavam entre as paredes altas. cercadas pelo rebuliço, meninas se davam as mãos e, olho no olho, giravam giravam giravam até que cabelos e saias e pés ligeiros virassem um pião vertiginoso, rodopio ensandecido em torno das mãos apertadas, pacto suicidário selado pelo olhar elétrico, pelos olhares intensos e cúmplices e embriagados de duas meninas em redemoinho....









'eu amava a
possibilidade do novo
eu tinha um
medo tão grande
mas até
ter medo era novo.'

|oswaldo montenegro|



3 comentários:

Arco-Íris de Frida disse...

Adorava girar... girar e girar...e cair no vazio ate me chocar com o chao...ra assim que fugia da realidade...

Beijos...

Andreia Morais disse...

Dançar é sempre uma forma de nos sentirmos livres de tudo o que nos rodeia

Unknown disse...

Lembrei de mim, criança. Criança ainda inconsequente, que adorava girar assim, levada num rodopio.
Tão bom quando a gente ainda não sabe o que é medo.

bj amg