0ntem quando fui desligar a tv, a cena me emocionou, um personagem ia apagando, uma a uma, as luzes da sua casa. assim , ele se despedia do seu espaço interior. depois de deixar o quarto, a sala e a varanda no escuro, ele se deparava com o espaço exterior: um imenso céu estrelado. ao olhar para o infinito, tinha a real dimensão da solidão humana. sem começo nem fim. eu penso que depois de mergulhar na emoção, um dia podemos decidir apagar as nossas luzes, perder contatos com as coisas que amamos, deixar situações que vivenciamos, reduzir nossa história a uma trilha de pegadas. neste ponto, como uma enguia que se debate ao ser retirada do mar, nos despedimos da eletricidade, do brilho, das cintilâncias e passamos a nos conformar com o que a vida nos apresenta. este é o peso da razão sobre a emoção. chegamos a isso, quando a sensibilidade nos engole. eu ainda não pensei em apagar as luzes, mas devo me retirar para minha câmara secreta. ritualizo assim o desencontro com minhas constelações. às vezes me sinto como uma estrela cadente, riscando a minha atmosfera de sentidos até me perder nos limites...
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Que bom que deu tempo. já não era sem tempo.
0ntem quando fui desligar a tv, a cena me emocionou, um personagem ia apagando, uma a uma, as luzes da sua casa. assim , ele se despedia do seu espaço interior. depois de deixar o quarto, a sala e a varanda no escuro, ele se deparava com o espaço exterior: um imenso céu estrelado. ao olhar para o infinito, tinha a real dimensão da solidão humana. sem começo nem fim. eu penso que depois de mergulhar na emoção, um dia podemos decidir apagar as nossas luzes, perder contatos com as coisas que amamos, deixar situações que vivenciamos, reduzir nossa história a uma trilha de pegadas. neste ponto, como uma enguia que se debate ao ser retirada do mar, nos despedimos da eletricidade, do brilho, das cintilâncias e passamos a nos conformar com o que a vida nos apresenta. este é o peso da razão sobre a emoção. chegamos a isso, quando a sensibilidade nos engole. eu ainda não pensei em apagar as luzes, mas devo me retirar para minha câmara secreta. ritualizo assim o desencontro com minhas constelações. às vezes me sinto como uma estrela cadente, riscando a minha atmosfera de sentidos até me perder nos limites...
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5 comentários:
E quem, um dia, já não sentiu vontade de apagar as luzes?
Beijos
Eu prefiro acender... Gosto de luzes e brilhos. O escuro só se necessário...beijos,chica e linda semana!
E eu tenho vontade de comentar - e quanto tempo tem o tempo??
Seu texto me lembrou o filme "Gravidade". Não sei se já viu. Escrevi sobre ele no meu outro blog: http://cineemfoco.blogspot.com.br/. Depois dá uma passada por lá, se quiser.
Bjos!
Eu sou suspeita para falar. Adoro quase tudo da cultura francesa. A música é linda, simples, mansa. E o seu texto inspiradíssimo. Casamento perfeito. Voilà, vou baixar a música, bien sür! Bises! :)
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