quarta-feira, 26 de junho de 2013

Na residência o moe-dor



havia flores que não eram rosas
arranjos que não são os da moda
recados na geladeira debaixo de imã na porta

e fui fechando o rosto sem sentir
e mesmo atenta sem me distrair
eu fui fechando o tempo sem chover
fui fechando os meus olhos pra esquecer

lágrimas que brotam mas não descem
voltam
aprendi com o tempo



não sei porque você se foi
quantas saudades eu senti
e de tristezas vou viver
e aquele adeus não pude dar......♫


(pelos 17 anos     sem minha mãe       Nina)

7 comentários:

Luis Eme disse...

gosto do ritmo das tuas palavras.

têm bastante musicalidade.

JP disse...

Essa lágrimas que não descem...voltam sempre sim, Margoh.


Beijo

chica disse...

Saudades tantas e que ficam sempre! beijos,fica bem!chica

Benno disse...

puxa! me emocionei! perdi minha mãe no dia 19 de março e sinto mesmo, essa forte e devastadora saudade, e não quero deixar que as flores que ela tanto amava se percam na minha memória.

mム尺goん disse...

As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas só o que vive
Pode morrer. As palavras, após a fala, alcançam
O silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
As palavras ou a música podem alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
(T.S. Eliot. Trad. Ivan Junqueira)

Lua Singular disse...

Oi querida,
É triste eu tive duas mães e perdi TUDO.
Não tenho mais lágrimas
Beijos
Lua Singular

Maria Emilia Moreira disse...

Olá Margoh!
Gostei de ler este poema de saudade, de reavivar as minhas próprias dores e lembranças da partida de minha mãe.
O mês que vem é de o do seu nascimento e morte. Grande sensibilidade! Uma bela poesia.
Abraços.
M. Emília