terça-feira, 25 de junho de 2013

E a festa do dia que chegou


em vez de lã teço textos  e às vezes  desejo fugir do dia, encontrar uma zona de conforto.   quando a escrita fica muito ácida. ou muito estreita. atravessar paredes [um recurso a ser experimentado por quem gosta de mágica] eu gosto.   uma carícia de dedos que vêm do sonho e depois, rápidos como um animal alado, vazam as nuvens sem pistas. o onírico não deixa rotas, não tem rosa-dos-ventos, não desenha pontos cardeais, é apenas vontade, um desejo que se levanta como cortinas transparentes.  espio entre as dobras, há uma fresta de realidade onde todo o imaginário se eleva. montanhas recortadas onde falta horizonte, uma paisagem de filmes e livros. você acredita?  eu acredito nas novas possibilidades como a promessa que se desprende do incenso, uma crença em cores, palavras, mantras. uma pacificação que me invade quando você me responde.  um desassossego quando há lacunas entre as sentenças. há  um desejo insólito que cresce, sem que eu me prenda  é que na manhã em que o sonho se despede num delírio de absinto, abro os olhos e sinto...


6 comentários:

R. R. Barcellos disse...

Quando um sonho se transforma em realidade, ele deixa para trás um pouco de sua magia. E esta alimentará e vestirá novos sonhos.

Beijos.

Lua Singular disse...

Oi querida,
Você escreve meio entre linhas, que poucas pessoas entendem, mas adoro tudo o que escreves, é de uma delicadeza sutil.
Beijos
Obrigada
Lua Singular

Pedro Coimbra disse...

Também acredito, e valorizo, as pequenas coisas

Benno disse...

um poema curtíssimo que escrevi um dia:



Creio
piamente
em tua boca

Acho que ter esperança (fé?) nos mantém vivos. Perdê-la é perder a própria vida. É por isso que jamais desisto.

Beijo

Luis Eme disse...

continua a seguir a tua vontade, sempre que puderes. :)

beijo Margot

Rovênia disse...

Hoje estava pensando em como a vida só depende de nós! A neblina cobria as montanhas verdes que escondiam as pedras e as pessoas nas cidadezinhas que surgiam. Estava , como no seu texto, percorrendo um trajeto sem rumo, o que pode nos levar ao que interessa. Ao passar pelos vilarejos, só sentia meu pensamento. Todo o resto parecia dormir, sonhar, morrer! Depois conto! Beijos e saudades também! :)