terça-feira, 2 de abril de 2013

Murmúrios voam em bandos....








não corresponde ao comum
não se encaixa
e na ausência do canto
passa o dia a escrever
nas folhas que o vento
leva e trás
nas paredes brancas
de espanto
no chão de coisas pequenas
quase esquecidas






(o vídeo é instigante, se tiver tempo....aqui)

11 comentários:

chica disse...

Lindo. como sempre encontro por aqui! beijos,tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

Rovênia disse...

Que delicadeza e ninguém vê, na pressa, no tempo desperdiçado que é a pressa. Amei, para variar! :) Vou ver o vídeo agora...

Yasmine Lemos disse...

"Quase esquecidas" ainda temos salvação...
o vídeo : uma agonia , conflito entre fé ,fé imposta,símbolos que pesam como vigiadores dos nossos prazeres,e aí? Normal ou loucos?
meu beijo
tomara que agora vá o comentário

Fabio Fernandes disse...

Olá,
Fino! Mergulhante! Convidativo... Até
www.beabadosucesso.com.br

Verinha disse...

Olá Margoh.
Agradecendo o carinho da visita.
Não consegui ver o vídeo, pois minha conexão é super lenta, ultimamente esta assim.
Parece um pensamento meu,rs. Muito intenso.
Uma boa semana. Beijos.

Chapéu de sol disse...

Margoh, muito bom o ¨regalo¨. O vídeo é lindo. E depois do susto de hoje, veio a calhar. Estava precisando desses sentimentos. Trouxe-me paz.
Desejo-te uma quarta-feira de muito brilho.
bjs

( O susto? um sapo na minha porta. rs)

Deixo aqui um poema de Cora Coralina que adoro:

Estas mãos

Olha para estas mãos
de mulher roceira,
esforçadas mãos cavouqueiras.

Pesadas, de falanges curtas,
sem trato e sem carinho.
Ossudas e grosseiras.

Mãos que jamais calçaram luvas.
Nunca para elas o brilho dos anéis.
Minha pequenina aliança.
Um dia o chamado heróico emocionante:
- Dei Ouro para o Bem de São Paulo.

Mãos que varreram e cozinharam.
Lavaram e estenderam
roupas nos varais.
Pouparam e remendaram.
Mãos domésticas e remendonas.

Íntimas da economia,
do arroz e do feijão
da sua casa.
Do tacho de cobre.
Da panela de barro.
Da acha de lenha.
Da cinza da fornalha.
Que encestavam o velho barreleiro
e faziam sabão.

Minhas mãos doceiras...
Jamais ociosas.
Fecundas. Imensas e ocupadas.
Mãos laboriosas.
Abertas sempre para dar,
ajudar, unir e abençoar.

Mãos de semeador...
Afeitas à sementeira do trabalho.
Minhas mãos raízes
procurando a terra.
Semeando sempre.
Jamais para elas
os júbilos da colheita.

Mãos tenazes e obtusas,
feridas na remoção de pedras e tropeços,
quebrando as arestas da vida.
Mãos alavancas
na escava de construções inconclusas.

Mãos pequenas e curtas de mulher
que nunca encontrou nada na vida.
Caminheira de uma longa estrada.
Sempre a caminhar.
Sozinha a procurar
o ângulo prometido,
a pedra rejeitada.

Waldeyr disse...

Lindo! Um abraço...

MARILENE disse...

Costumo pensar que, algumas vezes, melhor não ter a sensação de se encaixar. Bjs.

Sónia M. disse...

No chão de coisas pequenas, Margoh,
conseguem escrever-se coisas enormes.

Deixo um beijo, com carinho.

Elisa T. Campos disse...

Sim. Não corresponde as coisas comuns porque só uma pessoa tão sensível como você pode percebê-las.
bjs.

lis disse...

Felizes somos nós que estamos perto de 'pessoas comuns' escrevendo coisas incomuns e sempre belas,
beijjinhos ( vi o vídeo,me deixou tonta ... rs), margoh