quarta-feira, 24 de abril de 2013

Evolar-se....





[...] gosta deste isolamento e de admirar o mar. ela acredita que toda sua fragilidade, sua aflição  seguem levadas pela casualidade até a praia mais mansa, onde toda angústia é espuma.

acha que ninguém mais imaginaria que a espuma, que carrega algas e conchas, passou por perigos que têm a ver com o desejo do fluxo, quando as águas começam a formar ondas, redemoinhos, com a *força centrípeta  puxando e as possibilidades de flutuar parecendo impossíveis...

ela é surpreendente na fé. aprendeu que fomos feitos para ser diferente, portanto não se culpa, procura aceitar e aprovar o que  é.  sua natureza é de onda e quando as rochas a recolhem para ficar ali, ela já partiu, fazendo o caminho de volta  para providenciar a semeadura dos sentimentos sobre a terra inóspita, os desertos humanos.  sabe que é muito tênue a linha que separa o 'não se importar' com o 'não absorver'.  assim, apesar de todos os obstáculos, fertiliza para sempre e sempre o renascimento, líquido como a criação.  sai dali se sentindo divinamente guiada, conectada , segura e protegida, em todos os sentidos e em todas as coisas .
com gratidão no coração sabe que a vida sempre  (re)compensa de  alguma maneira.











*força centrípeta é a força resultante 
que puxa o corpo para o centro da trajetória
em um movimento curvilíneo ou circular

Um comentário:

Rovênia disse...

Depois de um dia ruim, vem um dia bom e a gente sorri. É a vida que nos desafia, que nao nos deixa desistir! Esse resgate é nossa forca centrípeta. Não fosse assim, seguiríamos sem rumo! Andas inspiradas, amiga! Beijinhos e obrigada pelo pensamento da Clarice. Tão carinhoso quanto passar o dorso do indicador no aveludado da pétalas de uma violeta! Boa noite com versos em sonhos!