(...)esses meus dias em que vi a fonte dos meus incêndios, o vento vivo nas minhas brasas(e como dói), tenho pensando bastante na dimensão terapêutica do perdão. não perdoar é estar como que atarracado, preso a correntes, liames fluídicos que encarceram a afetividade e provocam graves transtornos. e não falo só do perdão aos que nos feriram, falo do perdoar a si mesmo . pois bem, com a maturidade , acreditamos que se relacionando com pessoas também maduras, certas condutas são explícitas. mas...ha pessoas e pessoas. muitas delas presas em nefastas recordações, trazem à tona sentimentos até então retesados, cheios de rancor e fel, revestidos de amor/saudade. consequentemente, desenvolvem um estranho problema de "vista": veem o mundo com lentes cinzas e oblíquas. dizendo-se tristes, tornam-se inacessíveis, vivem com a mente fixadas no passado doloroso e com o tempo assemelham-se a um cômodo fechado e mofado. resguardam-se numa capa de indisfarçada indiferença para não demonstrarem que também querem ser amados, que também sentem sede de convivência, mas estão com medo. um medo paralisante de serem feridos novamente e consequentemente fere o outro quando demonstra ser o que não é(mas que por tempos mínimos gostaria de ser). menospreza a oportunidade do recomeço superando o problema íntimo da culpa, esquece que procurando reparar as arestas deixadas é postura de grande mérito. o amor pode curar grandes feridas. posso desfazer o mal com a prática do bem. perdoando posso seguir por trilha mais iluminada e fortalecida pela paz de espírito e redirecionar a emoção. construir novos laços de afetividade, mais equilibrados e saudáveis.
como são lépidos os pés de quem é leve de espírito,
de quem tira por menos, de quem perdoa.
penso eu.
2 comentários:
Leveza de espírito faz bem e é preciso exercitar!! beijos,já em casa!chica
Pensas com o coração. Louvável!
HS
Postar um comentário