´tenho medo de dizer porque no momento
em que eu tento falar não só não exprimo
o que sinto como o que sinto
se transforma lentamente
no que eu digo´
Clarice Lispector
em que eu tento falar não só não exprimo
o que sinto como o que sinto
se transforma lentamente
no que eu digo´
Clarice Lispector
(...)de vez em quando me deparo com esse silêncio interno, um silêncio alheio. da personagem que me fiz, só restou a estranheza. se eu falo de amor é por pobreza de espírito. é mendicância intelectual. é falta de crivo, é pouca leitura de jornal. se eu falo de amor é por estar indisposta, por ser absolutamente banal. é por não pensar noutra coisa, é por loucura informal. meu coração é feijão com arroz, repetitivo que só. bate por insistência, desconfio que seja por dó. meu coração funciona aos trancos, deve ser perrengue no miocárdio. se eu falo de amor é por luxo, é para exercitar o músculo e é um exercício árduo. se eu falo de amor é que eu torço: assim quem sabe eu não ouço aquilo que eu não falo. do começo ainda não meço o que é tropeço ou o (in)verso. ansio algo pra ontem: `ter não sei-o-quê do voo suave´...consigo Pessoa?
Um comentário:
Quanta loucura... e eu, agora meio confusa, me perder nessas tuas palavras... acredita?! Só uma trechinho eu compartilho contilho e me ficou forte... !"meu coração é feijão com arroz, repetitivo que só"... Adorei. Boa noite amiga
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