sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Aonde viessem pousar os passarinhos



(...)quando sol se derrama sobre os meus olhos. da cisão de meu ser, da discórdia do meu eu, da contradição intima, nasce o duplo, a Outra que me habita, tão próxima e desconhecida.  nasce para o tédio vencido ao estalar os dedos.  para o meu momento perdido no espaço entre as palavras em que, raramente, consigo voltar à tempo de acompanhar a realidade.  para as estradas construídas nos espaços oníricos, nas fotografias tiradas . para os amores que nunca aconteceram, para as paixões avassaladoras.  para as tardes perdidas, para os beijos ganhos.  para o sexo ausente (ou presente), para a carência latente nos dias de domingo, para os banhos de chuva, para os dias de sol.  para o meu coração acelerado, para as lágrimas e o seu ciclo vicioso, para o cinema gelado, para as músicas do por-do-sol.  para o quase anoitecer, para a minha noite, para minhas mãos, para minhas cores, para o meu mundo, para minha vida, para o meu transbordar, para  o desejo que duvida, a ação que vacila, a fala que gagueja. para os suspiros apaixonados de todas as manhãs desprevenidas que transformam tudo em uma eterna primavera  entre aquele vidro e aquela gotícula de água, que desde muito tempo estavam marcados para se fundir e desenharem, da sua forma, a sua breve história de amor. dentro da eternidade e a cada instante enfim. tudo  são poeiras ao vento.....

9 comentários:

chica disse...

Palavras lindas,Margoh! Fazem pensar...beijos,chica

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

prosa poética de inegável qualidade.

a foto um espanto!

;)

Maria Luiza disse...

Piedade falou e definiu certinho! Inegável qualidade, sim senhora! Inspiração correta! Tantas raízes gigantes que extrapolam da terra, do chão, buscando algo além de ti! Bem posta a imagem! Beijos querida! Estas bem, pelo visto!

Maria Luiza disse...

Piedade falou e definiu certinho! Inegável qualidade, sim senhora! Inspiração correta! Tantas raízes gigantes que extrapolam da terra, do chão, buscando algo além de ti! Bem posta a imagem! Beijos querida! Estas bem, pelo visto!

Milene Lima disse...

Oh, librianinha do meu coração, já trocou as cortinas? O melhor é que seu bom gosto aguçado sempre acerta.Este está leve e livre feito o mar... e amar.

Seus olhos enxergam belezura. Seus olhos são poesia... Seus olhos percebem até a poeira que o vento carrega pra longe.

Beijo, meu bem.


Anônimo disse...

Não é necessário mais palavras...lindo!


Beijo

Ana

Nádia Santos disse...

É sempre tão diferente esta outra que habita dentro de nós e que esta sempre querendo se externar nos fazendo ver as coisas de outra maneira... Lindo texto amiga!Bjinhos

Crista disse...

Tanto para isso,para aquilo e no fim é para nada,porque é fim!
O que dizer da dualidade?
Necessária...
Fofa...di8z para mim:
Entendeu o que eu quis dizer????...ksksksksks...
Hoje eu acho que edtou difícil...rsrsrsrsrs...
BeijÃO,SUA LINDA!!!!!

Dilmar Gomes disse...

Amiga Margoh, apesar de tudo ser poeiras do vento, o texto deste post está altamente poético.
Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.