sábado, 15 de dezembro de 2012

Mas Deus, lá em cima, está vendo tudo


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eu aqui tenho ido um pouco aos trancos. às vezes duvidando um pouco do acerto das opções que foram sendo feitas nos últimos tempos. as situações inusitadas que não entendo, quando aparecem é para  arrebentar, ficam martelando a cabeça, deixando-me desconsertada ( de conserto mesmo) em fragmentos que parece que estou moída por dentro. recito meus pensamentos em uma língua morta (por que eu, por que assim?) e sigo repetindo como um mantra pelas ruas a dentro, como uma música interior que ressoa silenciosa pela solidão monumental da cidade colorida. avanço descompassada cortando o espaço geometrizado. em um movimento inerte cruzo por entre blocos de concreto e vidro, e as cortinas verdes dos jardins de decadência. vejo passar por mim sombras, projeções cinematográficas do que sei, que revelam em suas imagens turvas o que não sei, e talvez, não se possa saber, se não por um único segundo antes do esquecimento. caminho em suspenso, desvio de mim, já não consigo me alcançar. e subo, pairando, distante, distante... onde tudo parece pequeno, delicado, prestes a desaparecer. nuvens, sonhos...
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3 comentários:

Leninha Brandão disse...

Meu Deus, que maravilha este teu retorno! Blog novo, lindo, lindo...abertura com João Cabral,extasiante...e teu texto / poema, de uma beleza pungente, delicada como as nuvens e os teus sonhos...me encantas, Margoh, mesmo com o desconserto e os trancos e barrancos. A vida é assim mesmo, mas continua sendo maravilhosa...e vale a pena ser vivida.

Bjssssss,
Leninha
TE GOSTO, MENINA!!!

Leninha Brandão disse...

Adorei o nome! Primo do meu,rsrsrsrs.

Milene Lima disse...

Um suspiro saiu de mim quando finalizei essa leitura. Pensei assim: como queria que meu abraço tivesse perto do dela agora, como queria. E eu diria que tudo ficaria melhor, e os sonhos se refariam, lindos e promissores, outra vez.

Aqui é lindo.
É lirismo... é encanto... é poesia.

As tuas palavras, mesmo quando vestidas de tristezinhas, são lindas e delicadas. E nos abraçam.

Beijo, menininha.